quinta-feira, 19 de outubro de 2023

Dia Nacional da Inovação é celebrado hoje no Brasil

Processo desempenha papel crucial no crescimento econômico, social e tecnológico

Janayna Bhering *

19 de outubro de 2023

  • img
Crédito: Getty Images

A inovação é um dos principais motores do crescimento econômico e da competitividade das empresas e não se baseia apenas no desenvolvimento de novos produtos. Também oferece novos serviços e melhora os processos. Desempenha ainda um papel fundamental no desenvolvimento de negócios e países, pois impulsiona o crescimento econômico, a competitividade e a melhoria da qualidade de vida.

No Brasil, o governo federal e o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) vêm promovendo uma série de ações voltadas a facilitar investimentos, apoiar novas ideias e ajudá-las a sair do papel, visando aproximar o conhecimento gerado na academia às necessidades do mercado. Mas o que é inovação e qual a importância para o desenvolvimento de um negócio e de uma nação?

Inovação é a exploração com sucesso de uma nova ideia, agregando valor a um produto, processo ou modelo de negócio, aumentando sua competitividade. Está associada à mudança e/ou melhoria de algo já existente ou completamente novo.

inovação é um tema transversal, que está presente em praticamente todas as áreas: agricultura, energia, saúde, educação, cidades e várias outras. A Política Nacional de Inovação, criada pelo Decreto 10.534/2020, busca orientar ações do governo federal para o aumento da produtividade e competitividade das empresas. Além disso, a política criou a Câmara de Inovação, um órgão interministerial para ampliar a coesão de programas de diferentes pastas ligados a startups e o empreendedorismo.

Entre as iniciativas estão o Marco Legal do Empreendedorismo; o programa Centelha, a Política Brasileira de Inovação; e a Estratégia Brasileira de Inteligência Artificial, por exemplo, mas existem várias outras iniciativas inclusive de fomento à inovação nos níveis federal, estadual e municipal.
Ainda há um longo caminho pela frente, mas é importante celebrar as conquistas e a importância do tema culminou com a criação de um dia nacional.

A celebração do Dia Nacional da Inovação tem como base o feito do aeronauta e inventor brasileiro Alberto Santos Dumont. Em 19 de outubro de 1901, Santos Dumont foi declarado vencedor do prêmio Deutsch, após ter participado de uma competição com diversos inventores. A data foi aprovada pelo Congresso Nacional em 2009 e foi sancionada pela Lei 12.193, em 14 de janeiro de 2010.

Algumas das principais razões pelas quais a inovação é tão importante:

Crescimento econômico: A inovação é um motor crucial do crescimento econômico. Empresas que inovam são mais propensas a expandir, criar empregos e aumentar sua lucratividade. Da mesma forma, nações que promovem um ambiente de inovação atraem investimentos e prosperam economicamente.

Competitividade: Em um mercado global cada vez mais competitivo, as empresas precisam inovar para se manterem relevantes. A inovação ajuda a diferenciar produtos e serviços, atraindo clientes e expandindo a base de consumidores.

Eficiência: Inovações podem tornar os processos mais eficientes, resultando em economias de custo significativas e na melhoria da produtividade.

Criação de empregos: Setores baseados em inovação frequentemente geram oportunidades de emprego de alta qualidade, especialmente em áreas de tecnologia e pesquisa. Isso contribui para o desenvolvimento de competências e a redução do desemprego.

Desenvolvimento de tecnologia: A inovação impulsiona o desenvolvimento de novas tecnologias, que podem ter aplicações em uma variedade de setores, podendo ser exportadas e gerar receita para o País.

Melhoria da qualidade de vida: A inovação pode resultar em produtos e serviços que melhoram a qualidade de vida das pessoas. Isso pode incluir avanços na área da saúde, transporte, educação e muito mais.

Sustentabilidade: A inovação desempenha um papel fundamental na busca por soluções sustentáveis, incluindo o desenvolvimento de tecnologias verdes, práticas de produção mais limpas e a promoção de um uso mais eficiente dos recursos naturais.

Desenvolvimento de capital humano: A busca por inovação exige uma força de trabalho qualificada e educada. Como resultado, a inovação contribui para o desenvolvimento do capital humano, melhorando a educação e as habilidades da população.

Atração de investimentos: Países que são reconhecidos por seu ambiente inovador são mais propensos a atrair investimentos estrangeiros diretos. Isso pode levar a uma maior capacidade de financiamento para o crescimento econômico.

Resiliência econômica: A inovação pode ajudar as empresas e os países a se adaptarem a mudanças nas condições econômicas, como crises financeiras e pandemias.

Em resumo, a inovação é um motor vital para o desenvolvimento de negócios e países, impulsionando o crescimento econômico, a competitividade e a melhoria da qualidade de vida.

Portanto, incentivar um ambiente de inovação é fundamental para o progresso sustentável em todos os níveis.

É neste contexto que o DIÁRIO DO COMÉRCIO apresenta hoje a página “Inovação”, com periodicidade mensal, produzida por mim, Janayna Bhering, engenheira com mestrado em Ciência e Tecnologia, especialista em estatística aplicada a processos (Six Sigma Black Belt) e gestão da inovação, com periodicidade mensal. A proposta da página é informar e inspirar os leitores sobre as últimas inovações nos setores de negócios e tecnologia.

Além disso, desmistificar conceitos e demonstrar que inovação pode também impactar a vida de toda a sociedade.

Para o pequeno, médio e grande empresário espera-se criar uma trilha de conteúdo e conhecimento no tema inovação.

Apreciem sem moderação.

De Minas para o mundo, celeiro de oportunidades

Minas Gerais desempenha um papel significativo no desenvolvimento de inovações para o Brasil por meio de uma série de fatores e recursos que promovem a pesquisa, o desenvolvimento tecnológico, a geração de capital intelectual e mão de obra qualificada e a inovação.

Alguns dos principais elementos que contribuem para o papel do estado nesse contexto:

Instituições de ensino superior: Minas Gerais abriga mais de 300 instituições de ensino superior. Essas instituições desempenham um papel crucial na pesquisa científica e tecnológica, produzindo conhecimento que pode ser aplicado em inovações.

Centros de pesquisa: Além das universidades, o Estado abriga vários centros de pesquisa e instituições dedicadas à inovação, como o Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear (CDTN) e o Centro de Pesquisas René Rachou (CPqRR) e o Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), que trabalham em diversas áreas, desde energia nuclear até saúde.

Parques tecnológicos: Minas Gerais tem parques tecnológicos, como o Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-Tec) e o Parque Tecnológico de Viçosa (Tecnoparq), que fornecem espaço e suporte para empresas de tecnologia, startups e centros de pesquisa. Esses locais promovem a colaboração e o desenvolvimento de soluções inovadoras.

Incentivos à inovação: O governo de Minas Gerais e instituições regionais como Fapemig e BDMG fornecem incentivos financeiros e fiscais para empresas e projetos de pesquisa e desenvolvimento. Esses incentivos ajudam a atrair investimentos e fomentam a inovação.

Setores estratégicos: O Estado possui indústrias e setores estratégicos, como o de mineração, siderurgia e energia, que demandam inovação para aumentar a eficiência, reduzir impactos ambientais e manter a competitividade.

Ecossistema de startups: Minas Gerais tem um crescente ecossistema de startups, com incubadoras, aceleradoras e eventos que promovem o empreendedorismo e a inovação.

Redes de colaboração: Parcerias entre universidades, empresas e órgãos governamentais promovem a colaboração e o compartilhamento de conhecimento, impulsionando a inovação.

Em suma, Minas Gerais desempenha um papel importante no desenvolvimento de inovações para o Brasil, pois oferece uma infraestrutura sólida para pesquisa, desenvolvimento e empreendedorismo, bem como recursos humanos qualificados e um ambiente propício à inovação. A interação entre instituições de ensino, setores estratégicos e a comunidade de startups contribui para a criação e implementação de soluções inovadoras que podem beneficiar o Estado e o País como um todo.

Ano contra ano, Rio Innovation Week cresce R$ 2 bi em potencial de geração de negócios

O mês da inovação abriu com o Rio Innovation Week (RIW), evento brasileiro que vem crescendo e se destacando na América Latina, um movimento que acontece na cidade que é cartão postal do País pro mundo, atraindo empresas e instituições públicas e privadas na busca por posicionamento e antecipação de tendências na corrida tecnológica e da inovação.

O crescimento do RIW impressiona quando se compara o primeiro com o mais recente, totalizando três edições. A edição de 2023, realizada entre os dias 3 a 6 de outubro, no Pier Mauá, ocupou cinco armazéns, possibilitando dobrar as conferências simultâneas para 30, trazendo cerca de 2.000 palestrantes convidados entre pesquisadores e personalidades como Xuxa, Anitta e empreendedores como Marc Randolph, cofundador do serviço de streaming, Netflix. 

O espaço de 50 mil metros quadrados abrigou 350 instituições expositoras, incluindo os estudantes com apresentação de projetos das universidades federais e de escolas do ensino médio profissionalizante. Ainda dobrou para 2.000 o número de startups e uma circulação de 130 mil pessoas durante o evento. As negociações estimam potencial de R$ 2,3 bilhões conforme divulgado pela Beincrypto.

A Inteligência Artificial saiu do “o que” para o “como”

Com novas tecnologias, novos riscos. Se no último ano os eventos de inovação de grande porte dedicaram-se às descobertas e estudos de aplicações do metaverso e web 3.0, como tecnologias digitais emergentes em segmentos diversos, muito vemos mudar com a chegada do Chat GPT. Um diferencial notório está na organização dos painéis. Na edição 2023 do RIW, por exemplo, independentemente do painel escolhido, impossível citar um que não tratou da IA generativa. Saímos do “o que é” para cases de “como fazemos”.

Desde o dia 30 de novembro de 2022, o serviço gratuito criado pela Open.IA, empresa com sede em São Francisco, nos Estados Unidos, caiu no gosto de quem precisava de informações e produções em texto e imagem de qualidade e criativas. Também, levou poucas semanas para que as empresas rapidamente entendessem o potencial e o risco de uso. Ao invés de alimentar o banco de dados vizinho, as empresas ensaiaram regras para o uso corporativo do sistema e muitas trataram de organizar projetos, junto aos profissionais de desenvolvimento corporativo, visando criar uma IA generativa para chamar de sua. Afinal, quem não quer uma gestão das trocas e comunicações para uma maior efetividade, produtividade e gestão do conhecimento internos de uma cia?

Grandes inovações, grandes responsabilidades

Ampliando da inteligência artificial generativa para as várias aplicabilidades da IA, um dos setores que se destaca como grande impacto e trazido inclusive em um setor específico chamado Lawtechs no RIW, é o jurídico. A discussão sobre riscos éticos e regulatórios pautam novos paradigmas que vamos perceber nos eventos que virão. Afinal entre a inteligência artificial e a humana, quem pagará a conta em casos de viés algorítmico, erros de leituras faciais, desinformação, responsabilidade jurídica e personalidade eletrônica, privacidade, plágio e direitos autorais para citar alguns dos dilemas emergentes? Seguiremos acompanhando.

Colaboração na coluna CURTAS: Francis Aquino, profissional de tecnologia, jornalista, profissional de transformação cultural, fala sobre o futuro do trabalho. Tem jornada executiva em grandes empresas. Rede social: @afrancisaquino

Janayna Bhering | Crédito: Arquivo Pessoal

*Janayna Bhering trabalha no ecossistema de inovação há 20 anos, o que permitiu estruturar uma grande rede de conexões e parceiros estratégicos que vão desde governo, agentes financiadores, empresas e ICTs. Atua em esforços públicos e privados para gerar impacto positivo na vida das pessoas por meio da inovação, buscando contribuir para a construção de políticas públicas de Estado. Já captou cerca de R$ 2 bilhões para projetos inovadores, mais de 1.000 startups mentoradas, mais 100 empresas de grande porte atendidas no tema inovação. Alguns exemplos de programas estruturantes em que atua junto ao governo federal são Rota 2030, Plataforma Nacional Da Mobilidade Elétrica. Trabalha como executiva Fundep, Presidente conselho inovação e VP executiva na ACMinas, membro conselho Inovação SAE4MOBILITY. Rede social: @janaynabhering

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Cinco tipos de riqueza para a vida dos sonhos Jaime Cimenti                     Muitos acham que o dinheiro é o aspecto mais importante da v...