segunda-feira, 25 de setembro de 2023

 Cresce a aposta das empresas gaúchas na economia circular

Economia circular avança no varejo e na indústria do Estado

Economia circular avança no varejo e na indústria do Estado


FREEPIK/DIVULGAÇÃO/JC
Karen Viscardi, especial para o JC*
Os princípios da economia circular ganham cada vez mais adeptos no mundo corporativo. Mais do que tendência, uma exigência de investidores e consumidores para evitar colocar em colapso a capacidade de recursos do planeta, que está no limite. No Rio Grande do Sul, as práticas vão desde logística reversa de produtos e embalagens, reutilização de insumos na indústria, redução e/ou substituição de fontes de energia e água, adoção de políticas de resíduo zero, entre outras.
busca por sustentabilidade mobiliza empresas do varejo e da indústria, como Renner, Ramarim, Tramontina e Noca Móveis, e até um estádio de futebol: a Arena do Grêmio. Buscar soluções que envolvam a população e empresas é o objetivo do Cluster Ecoar. O Cluster para Ecossistemas Circulares e de Inovação reúne universidade, institutos de pesquisa e tecnologia, startups, poder público e entidades empresariais para implementar a rastreabilidade dos produtos de consumo diário e suas embalagens em Porto Alegre.

Os chamados 3Rs: reuso, remanufatura, reciclagem, ganham cada vez mais adeptos, seja entre os consumidores ou entre as companhias que apostam nas ações com foco em sustentabilidade
Os chamados 3Rs: reuso, remanufatura, reciclagem, ganham cada vez mais adeptos, seja entre os consumidores ou entre as companhias que apostam nas ações com foco em sustentabilidade
RAWPIXEL/FREEPIK/DIVULGAÇÃO/JC
Reduzir, reutilizar e reciclar. Os 3R atrelados ao conceito de economia circular estão se disseminando na cultura das empresas gaúchas, especialmente das grandes corporações. Por um lado, investidores vêm exigindo boas práticas em gestão ambiental, social e de governança como forma de aumentar a lucratividade, reduzir riscos e manter a imagem da empresa. De outro, cada vez mais os consumidores levam em conta questões como sustentabilidade, ética e tudo o que envolve o social e o ambiental. Pesquisa Retratos da Sociedade: hábitos sustentáveis e consumo consciente, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em 2022, mostra que 50% dos consumidores verificam se o produto foi produzido de forma ambientalmente sustentável, enquanto em 2019 esse percentual ficava em 38%.
Pioneira no varejo brasileiro no modelo de loja circular, a Lojas Renner inaugurou sua primeira unidade há dois anos, no Rio de Janeiro. E, a partir de 2023, todas as unidades abertas ou reformadas da rede seguem os princípios da circularidade. "A Lojas Renner possui uma trajetória longa e sólida em ESG e tem a sustentabilidade como um valor corporativo", diz Fabiana Taccola, diretora de Operações da Lojas Renner. Tudo é integrado, desde a escolha das matérias-primas e o desenvolvimento dos produtos até o ambiente de loja e o pós-consumo.
Na Tramontina, uma das iniciativas na lógica da circularidade é a logística reversa, que já tirou do mercado mais de 1,5 tonelada de produtos pós-consumo. Segundo Lizandra Marin, gerente do Núcleo de Sustentabilidade da empresa, a busca de soluções é contínua, com investimentos em tecnologias limpas, reciclagem e reaproveitamento de materiais, redução na geração de resíduos e efluentes, além de avanços na circularidade a partir do reuso, entre outras práticas.
A preocupação com a pegada ambiental também é realidade no Grupo Ramarim. As práticas de gestão ambiental, social, cultural, ambiental e de sustentabilidade da empresa renderam o reconhecimento do selo Origem Sustentável (Diamante), concedido por entidades da cadeia calçadista. Essa conquista não veio à toa. Há dez anos, a fabricante de calçados femininos começou a trabalhar com o conceito de economia circular, com a reutilização das sobras de borracha.
Mas não é só nas grandes empresas que a transição para a economia circular está presente. Pequenos e médios negócios, mesmo que em menor ímpeto, vem aderindo às práticas de sustentabilidade como forma de se diferenciar no mercado, atender às exigências de clientes e ter acesso a crédito. "Há uma questão muito forte entre os pequenos e médios, estes empresários são mais atrelados a propósito", destaca Sérgio Finger, CEO da Trashin, empresa de gestão de resíduos e logística reversa.

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